terça-feira, 13 de dezembro de 2011
domingo, 27 de novembro de 2011
P A S S E I O S
seus passos
e s p a ç a d o s
invadem espaços
cada vez maiores
pegadas?
ou seriam
asas que tocam o chão
(... )
segunda feira
mas tudo parecia tão bem
que eu já não queria mais saber que dia
[ era ]
o seu dia
e você era mais bonita que um ano todo
mas você foi embora no fim do ano
eu fiquei sem você, e sem o ano
[ e isso é tudo que eu tenho para a próxima segunda feira ]
pés
Feliz fui eu quando meus pés tocaram os seus. Era como uma sensação.
Os meus meio sujos, procuravam os seus discretamente por baixo dos lençóis, tímidos. Sem te acordar, eles foram como um sussurro...
Surpreendi-me quando te encontrei também descalça, de pés limpos e macios, pés que receberam os meus, na mais completa humildade.
Os meus meio sujos, procuravam os seus discretamente por baixo dos lençóis, tímidos. Sem te acordar, eles foram como um sussurro...
Surpreendi-me quando te encontrei também descalça, de pés limpos e macios, pés que receberam os meus, na mais completa humildade.
Senti amor no seu-meu toque. E ai nasceu o carinho.
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
sábado, 8 de outubro de 2011
De pés descalços
Talvez se fizesse se sentiria livre por completo. Pois de meio em meio, as roupas se foram. Mas os pés, esses continuavam sufocados e cansados. Dentro de um sufoco que era transmitido para todo o corpo, em uma energia vertical, que ia para cima, e voltava para baixo. O ciclo não podia se concretizar, os sapatos barravam.
Mas demorara muito a reconhecer. Isso parece óbvio para você, pois agora eu já te contei que não se podem adentrar mundos de sapatos. Mas ninguém havia contado a ela. Ela era ignorante a isso. Ignorante a qualquer liberdade. Nem conhecia sensação.
Era quase um erro: tirar os sapatos. Encarar os pés, reconhecê-los, deixá-los fazer qualquer coisa não presa. Era por partes. Pois ainda não havia tirado os sapatos.
Foi quando ela sacudiu os pés, movimentos rápidos, como se fosse proibido, sacudindo, com pressa, com raiva, decidida, então os sapatos se foram, então descansou.
Sentiu o chão gelado: era uma realidade que a jogava para cima, promissora. E podia, sentindo o chão, voar.
Era como pousar em uma brisa. Era mais que isso: voar de pé no chão. E só foi possível graças aos sapatos tirados. E ela que já andava sem roupas pela vida, ainda não havia sentido tal leveza. Era seminua. Na verdade, era nada nua. Uma nudez experimental; que não se concretizava nunca. Ou não se abstraia. Era algo como que não voasse; como que não fosse; como que mentira. Incompletude.
Achava certo sair por ai de sapatos. Talvez por achar que os pés são partes menos importantes. Como os pés podem ser desimportantes para alguém que não tem asas?
Ia passar a vida à procura das tais asas para alcançar vôo. Ela que não sabia que para voar não precisa de asas. Não sabia que voar não precisa de ter, precisa é ser.
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