sexta-feira, 22 de abril de 2011

Caros leitores,

Escrevo porque não estou conseguindo escrever. Sim, meio incoerente, mas verdadeiro. Ando passando por momentos complicados, que estão me afetando totalmente. Minha produtividade anda bem baixa, e peço desculpas pelos últimos posts, bem ruins. Talvez esteja sendo muito auto-crítica, mas é como me sinto. Vou tentar escrever, eu prometo. Mas não é algo que se tente, é algo que se sente.

Abraços!

terça-feira, 19 de abril de 2011

Para meus 16

A vida é um ciclo,
roda gigante que gira no ar...
Ciclo vicioso,
é isso:sou viciada em viver.

Ela vai e volta,
mas nunca pelos mesmos caminhos.
Isso quem percebe são os mais sensíveis:
a vida é feita de sutilezas.

Na mágica desse jogo, tudo vale a pena.
E enquanto lamentamos pela planta que morreu
essas mesma planta já serve de adubo
para a sementinha que começa a florescer.

Assim, vão se passando os meus anos ainda jovens...
É uma coisinha linda,
esse jogo de viver!

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Em teu nome

E eu que tinha tanto pudor com o teu corpo;

Eu, que te acariciava com o mais fino amor,

Que usava toda a delicadeza ao deslizar os dedos sobre ti,

como um artista que faz sua escultura.

Tu eras toda uma obra de arte,

Eras beleza pura; carne nua,

que eu tinha até medo de estragar.

Mas veja só como são as coisas:

eu que guardei todo esse amor,

estou aqui.

E o outro, o estúpido que nada fez,

Como em pratos limpos, lambuzando-se, porco.

Mas não há problema...

Provas agora do veneno humano, Donzela!

Deleita-te na ignorância dos homens!

Deixa que deite sobre ti a mais fria brutalidade!

Queime-te com tamanha vergonha!

Provas! E não esqueces o gosto amargo da vida.

Derreta-te em pedras duras!

Mas lembra-te:

Não há ninguém a esculpi-la...

Não és mais obra de arte.

domingo, 17 de abril de 2011

Pergunta simples de criança respondida por adulto fica complicada.

Poema de desabraço.

beijo não fecha ferida,
abraço não supera partida
presente não dá alegria,
para alguém que já se desapegou da vida.

Eu quando for, vou na ida.


- de alguém que não sou eu, ou um eu bem no fundo da Sara.

Sou fora

Fora do padrão,
fora da realidade,
fora de casa,
fora do mundo,
fora de tudo,
fora de mim.

Versos Íntimos - Augusto dos Anjos

Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!

quarta-feira, 13 de abril de 2011

E as pombas do meu quintal eram livres de voar, partiam para longos passeios mas voltavam sempre, pois não era mais do que amor o que eu tinha e o que eu queria delas e eu as conhecia nos telhados das casas mais distantes entre o bando de pombas desafetas que eu acreditava um dia trazer também pro meu quintal imenso[...] que instante, que instante terrível é esse que marca o salto? que massa de vento, que fundo de espaço concorrem para levar ao limite? o limite em que as coisas já desprovidas de vibração deixam de ser simplesmente vida na corrente do dia-adia para ser vida nos subterrâneos da memória"

- Raduan Nassar.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Liberdade

Porque eu sei que você nunca me abandonaria,

Nasceu embutida em mim,

E em mim continuará.

Musa!

Bela é a musa, que passa, a desfilar!
Belos os cabelos, longos e negros, e toda a sua graça,
Que embalam o meu olhar!
As curvas, tão belas,
Silhuetas, grande donzela!
Vai assim, sem par.

Que dera eu ser seu acompanhante,
Poder em teu peito me abrigar!
Quem dera eu ser seu amante,
E ir morar no teu lar!

Ai de mim, pobre coitado!
Sou mísero frente à tamanha beleza,
Fico cá, acanhado.
Quem dera eu ter a proeza,
De ter o se olhar!

Carlos Azevedo.

Da caixa de lembranças de você...

...e de mim. Sem porque, nem pra quê.

#1

De tanto que te quero, nem sei...

Ah, se você soubesse o quanto!

Nem as estralas do céu seriam capazes de contar

O tanto de amor que eu tenho para te dar!

#2

Debaixo de uma fronte juvenil,

Um anjo veio me visitar.

Escondeu-se em corpo belo,

Fino, amorenado, dava gosto de olhar!

Fez comigo um elo

Veio em mente esperta,

Cabeça aberta,

Cabelos compridos que cortavam o ar.

As asas grandes,

O corpo puro dava até dó de tocar!

Anjo,

Deve ter vindo para me salvar.

#3

Sinto-me meio descontente

Com esse tanto de batente,

Meu corpo anda meio estridente,

Ás vezes até dormente,

No meio de tanta gente.

E eu nem percebia

Que o que ela mais queria

Era que eu dissesse o que eu sentia.

Mas não podia, não podia!

Porque o que ela mais queria,

Eu não via,

Não entendia,

E nem sabia.

#4

- El fez que sim, fez que nada.

Sentia o desligamento...

Doía cada vez mais.

Sentia falta de minha heroína,

Sem ela era um fracasso.

E meu corpo, em crise de abstinência,

Pedia por mais uma dose...

Sem perceber, me viciei em você.

#5

Eu queria tanto,

Ficar ao lado teu.

E como quem não quer nada,

Abrigar teu coração no meu,

Amando-te de mansinho...

Ah, como eu sofri,

Nesse meu jeito devagarzinho!

E que tristeza profunda!

Meu coração até ontem brando,

Hoje está em pranto!

O jeito é esperar,

Que o tempo vai levar...

E a vida vai passar...

#6

Diálogo final

-Acabou?

-Acabou. – eu disse cabisbaixa.

-e não dói?

- só um pouco.

-Só um pouco?

-É.

- Não era para doer mais?

- era, mas não dói...

- Por quê ?

-Não sei... Acho que meu processo de cicatrização é mais rápido. Ou eu sofro o que tenho para sofrer aos poucos, vou me corroendo ao longo dos dias, e quando percebo, finalmente passou. Isso me torna insensível?

-De forma alguma. Você é o que é. Sofra á sua maneira.

-Ah...

-Sua maneira parece menos dolorida.

-Não. Preferia sofrer simplesmente a sofrer por não sofrer. Acho que dói mais, porque sofrer de amor é dor limpa, pura e digna.

- É, eu não sei bem como é se sentir assim.

-Não se preocupe ninguém mais sabe.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Eu sei que você foi
Talvez volte atrás.
A esperança ainda vive,
mas o coração dói demais.

O mundo enlouquece. E a culpa é dos loucos?

Hoje minha mãe disse estar indignada com um rapaz que matou e feriu crianças e pré-adolescentes quando estavam na escola. Parece ter sido tudo planejado, pois o jovem deixou uma carta avisando sobre tudo. O resultado foi semelhante aos outros crimes que estão acontecendo no resto do mundo: depois de ser baleado pelos policiais, o rapaz suicidou-se. O Brasil parece ter parado frente à tamanha violência.

Eu sinceramente não me assusto com determinados crimes e ‘barbaridades’. Não mesmo. Fico assustada, é claro, mas não acho anormal frente ao mundo em que vivemos. Todos os dias vemos as mesmas coisas nos jornais: assassinatos, roubos, guerras, pobreza, apontam-nos consequências todo o tempo. Mas e ai? O que acontece depois? O tempo passa, e as pessoas se esquecem até quando venha outra notícia assustadora.

Na verdade, tudo é assustador. Matar um, dois ou milhares consiste no mesmo crime, resultados de uma mesma equação: a sociedade é criada no berço da violência, enrolada em lençóis de hipocrisia, que não aquecem e só fazem aumentar o frio e a carência de pessoas que vivem para alimentar os filhos.

O mundo está enlouquecendo, porque os seres humanos não foram feitos para essa realidade. É difícil adaptar-se à violência diária, ao trabalho infinito, à infelicidade. Carregamos um fado e sabe-se lá quando isso vai acabar.

Mas isso não é falado. Discutem-se todo o tempo as consequências de um problema mundial. As causas são deixadas para depois. A indignação das pessoas é momentânea, porque os resultados não aparecem aos olhos míopes o tempo todo. Atentar-se para as consequências de um problema talvez seja o primeiro passo para chegar às causas, mas sempre paramos no meio do caminho. Se não se corta o mal pela raiz, a árvore vai continuar crescendo, não importa o quanto nos surpreendamos com a podridão de seus frutos. Empurram-se os problemas para debaixo do tapete, e de repente, toda a sujeira aparece. Ficamos preocupados, mas logo alguém pega a vassoura e varre tudo de novo, sendo o processo contínuo.

Está sendo inútil discutir a gravidade do que está ocorrendo, pois as pessoas, principalmente os poderosos, são incapazes de apontar as falhas e expor uma solução que finalmente ajude-nos de alguma forma. Ora, por favor, pensem bem! Vamos discutir a pobreza, a exploração, a fome, os verdadeiros problemas! Estamos tentando curar os sintomas, sem enxergar a verdadeira doença.

Não é insensibilidade, é só que é mais prático se preocupar com toda uma sociedade do que com casos pequenos. Mas a culpa é sempre de alguma pessoa que enlouqueceu, e não de todo um sistema que faz com que isso aconteça. E assim, milhares de pessoas são socadas em cadeias, enlouquecem, morrem diariamente.

E vamos parar de dizer: pensem nos seus filhos. Os pais já caminham ao lado de uma sombra que toma conta do mundo. ISSO é assustador.

Pássaro de asa quebrada não voa.













Nem eu de coração quebrado.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Entre tudo e meio dia,
Fazia de tudo para alcançar-te,
Mas você nem me via!
Desejar-te sorte,
Era tudo que eu queria!
Mas você ia ia ia ...
Ia andar em terras remotas,
Ia bem leve e serena
Dançar samba de botas!
Mas você, tão pequena,
Nem me via, nem me via!
Mal sabia de tudo que eu sentia,
Andava fazendo não sei o quê
Andava procurando
E eu ali!
Como eu te queria,
Estava só te esperando!
Mas você, sempre tão leve,
Ia assim, bem de repente,
E eu, muito assustado,
Mal sabia dar bom dia
E você já se ia!
Já se ia,
Já se vai,
Já se foi!

terça-feira, 5 de abril de 2011

Depois de um exagero de pontos de interrogação, muitas vírgulas, alguns pontos de exclamação, chego a poucos pontos finais...(gosto mesmo das reticências)

Infinito

Quando encontro o desepero

não me perco, não me perco.

Me junto à poesia

E assim, sigo nesse jogo de viver.

Traço no meu rosto a alegria

Que mais poderia ter?


Por um suspiro me dissolvo,

O lápis risca o papel

Fico quieta, não me movo,

Minhas palavras vão ao léu.


Meu amigo, eu assumo,

não objetivo poetizar.

Vou assim, meio sem rumo

só vivendo, só vivendo, a brincar

Será que assim posso me humanizar?


Minhas liberdade é infinita

Não preciso de ninguém me dizendo

Onde devo pôr a tinta.