segunda-feira, 18 de abril de 2011

Em teu nome

E eu que tinha tanto pudor com o teu corpo;

Eu, que te acariciava com o mais fino amor,

Que usava toda a delicadeza ao deslizar os dedos sobre ti,

como um artista que faz sua escultura.

Tu eras toda uma obra de arte,

Eras beleza pura; carne nua,

que eu tinha até medo de estragar.

Mas veja só como são as coisas:

eu que guardei todo esse amor,

estou aqui.

E o outro, o estúpido que nada fez,

Como em pratos limpos, lambuzando-se, porco.

Mas não há problema...

Provas agora do veneno humano, Donzela!

Deleita-te na ignorância dos homens!

Deixa que deite sobre ti a mais fria brutalidade!

Queime-te com tamanha vergonha!

Provas! E não esqueces o gosto amargo da vida.

Derreta-te em pedras duras!

Mas lembra-te:

Não há ninguém a esculpi-la...

Não és mais obra de arte.

Um comentário:

  1. E eu, homem que tinha tanto pudor com o teu corpo;

    Eu, homem que te acariciava com o mais fino amor,

    Que homem usava toda a delicadeza ao deslizar os dedos sobre ti?

    como homem, um artista que faz sua escultura.


    Tu eras toda uma homem, obra de arte,

    Eras homem beleza pura; carne nua,

    que eu, homem, tinha até medo de estragar.


    Mas veja só, homem, como são as coisas:

    eu, homem que guardei todo esse amor,

    estou, homem, aqui.

    E o outro, o estúpido homem que nada fez,

    Como em pratos limpos, lambuzando-se, homem-porco.


    Mas não há homem-problema...

    Provas agora do veneno homem-humano, Donzela!

    Deleita-te na ignorância dos homens!

    Deixa que homem deite sobre ti a mais fria brutalidade!

    Queime-te com homem, tamanha vergonha!

    Provas homem! E não esqueces o gosto amargo da vida.

    Derreta-te em homem, pedras duras!


    Mas lembra-homem-te:

    Não há homem-ninguém a esculpi-la...

    Não és mais homem. Obra de arte.

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