domingo, 1 de maio de 2011

Os ventos já não eram mais os mesmos.

Sentia o peso dos problemas, como o peso do sol quente na testa, naquela maldita tarde de verão.

Problemas sem solução; Versos não terminados, e que pareciam mesmo intermináveis. Amores mal acabados; outros não começados. Gritos contidos, sonhos não vividos.

Tudo a afligia. O tempo ia como um pássaro veloz, e eu ficava para trás no céu azul. Minha alma de poeta se dissolvia; as turbulências da vida filtravam-me.

E no filtro ficava tudo de bom, e passava tudo de ruim.

Já não era mais a mesma. Nunca foi, afinal. Nunca há de ser a mesma.

Os últimos versos sempre tão ruins!Como as sombras quando se tem pouca luz. As coisas já não eram tão boas; nem os sentimentos tão fortes; nem a alma tão inquieta; nem os gestos tão aflitos; nem a solidão tão perfeita; nem o mundo tão bonito.

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