domingo, 13 de abril de 2014

Leitura

desde a carta no canto da boca
talvez à espreita da áspera espera
também os telefonemas mais tardios
os silêncios mais sinceros
as presenças mais partidas
desde o último olhar
no olho do corpo
desde a primeira ausência
tudo que resta
é este prenuncio
o corpo, que trôpego toma
fôlego
o hálito quente
ápice e queda
da absoluta retração da voz
no grito
tudo quietamente pulsa
como o ruído do ar
entrando
enquanto você tão distraidamente
suspensa
se prepara para ler

 a próxima linha

2 comentários:

  1. sério, gostei muito... continue sentindo poesia e, quando der, escreva :)

    ResponderExcluir
  2. Walmir, você é um amor meu. Obrigada pelas palavras, querido. Quando der sempre as compartilharei com você :)

    ResponderExcluir