quarta-feira, 13 de julho de 2011

  Ela, mulher. Ele, homem. Ela, como mulher, cumpria o papel que lhe fora concedido. E talvez até mesmo confiado. Ele crescia cada dia mais, tentando alcançar o estado de homem.


  Ela, maior que ele, cobria-o com seu manto cor de vinho, abrigando-o. Era como um pássaro, uma mãe-pássaro, que voava e sempre ia voar, acompanhando-o. Um espetáculo fascinante.

  Ele, ainda menino. Sempre menino, mesmo que desejasse tender para homem. Ela, ainda mulher. Sempre mulher. Ela precisava de filhote para se sentir mãe, ele precisava de vôo para se sentir homem.

  Às vezes soava engraçado, todo riam, e felizes, falavam com gosto. E se a natureza era perfeita, quem poderia dizer que eles não eram?

  ...

  Mas nem sempre a perfeição sacia. E é aí que entra o bicho homem.

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