Ela, mulher. Ele, homem. Ela, como mulher, cumpria o papel que lhe fora concedido. E talvez até mesmo confiado. Ele crescia cada dia mais, tentando alcançar o estado de homem.
Ela, maior que ele, cobria-o com seu manto cor de vinho, abrigando-o. Era como um pássaro, uma mãe-pássaro, que voava e sempre ia voar, acompanhando-o. Um espetáculo fascinante.
Ele, ainda menino. Sempre menino, mesmo que desejasse tender para homem. Ela, ainda mulher. Sempre mulher. Ela precisava de filhote para se sentir mãe, ele precisava de vôo para se sentir homem.
Às vezes soava engraçado, todo riam, e felizes, falavam com gosto. E se a natureza era perfeita, quem poderia dizer que eles não eram?
...
Mas nem sempre a perfeição sacia. E é aí que entra o bicho homem.
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quarta-feira, 13 de julho de 2011
terça-feira, 2 de novembro de 2010
Corria. Corria por entre as folhas, os chinelos atolando no barro da roça. Queria se infiltrar na natureza, fazer parte dela e sentir-se como um animal se sente. Sentir a dor, a liberdade, ver como as coisas deveriam ser.
Corria, e sentindo seu corpo ainda pesado pela aparência humana, desejou tirar as roupas. Parou, e pensou se gostaria mesmo de destruir aquele elo com o mundo humano e moderno, pois aquela experiência era para sempre. Sentiria a sensação animal para sempre. Sim, gostaria. Desejava. Precisava.
E correndo, arrancou toda a roupa e junto dela, qualquer lembrança do mundo humano. E se juntando ao barro, aos animais, se camuflando nas plantas, estava limpa e puramente nua, para uma nova vida.
Adentrava na sensação, era como se agora, vivesse na natureza, como se estivesse sempre estado ali, e selvagem, não conhecera nada mais.
Sim! Pegaria chuva, viveria imunda, afundaria seus pés na lama, seria crua e nua. Deixara seus desejos íntimos á liberdade. E era assim que deveria ser.
Corria, e sentindo seu corpo ainda pesado pela aparência humana, desejou tirar as roupas. Parou, e pensou se gostaria mesmo de destruir aquele elo com o mundo humano e moderno, pois aquela experiência era para sempre. Sentiria a sensação animal para sempre. Sim, gostaria. Desejava. Precisava.
E correndo, arrancou toda a roupa e junto dela, qualquer lembrança do mundo humano. E se juntando ao barro, aos animais, se camuflando nas plantas, estava limpa e puramente nua, para uma nova vida.
Adentrava na sensação, era como se agora, vivesse na natureza, como se estivesse sempre estado ali, e selvagem, não conhecera nada mais.
Sim! Pegaria chuva, viveria imunda, afundaria seus pés na lama, seria crua e nua. Deixara seus desejos íntimos á liberdade. E era assim que deveria ser.
sábado, 23 de outubro de 2010
Pé de Limão
Hoje pela tarde, como de costume nos dias menos agitados, eu estava em meu quarto, deitada, a olhar para o pé de limão vizinho. Aquele pé de limão, que eu tinha como costume adormecer observando-o, que me trazia lembranças tão boas! Ele pertencia mais a mim do que ao vizinho, pois eu era quem o admirava durante as tardes calmas e ensolaradas.
Foi então que me veio uma ideia, assim de repente, como tem costume de chegar as grandes ideias, sempre sorrateiras. E aquele pensamento explicava toda a minha vida vazia: eu não sabia amar, entendia afinal minha tristeza contínua. E talvez nunca fosse mesmo saber. Sei que amor parece ser algo natural, mas talvez eu não gostasse mesmo do amor, ou gostasse demais, pois egoísta, tomava - o só pra mim, não o dava a ninguém, mantendo-o trancado em meu ser, secreto.
Amar é um verbo intransitivo, apenas amamos. Não importa quem, como ou por quanto tempo. Posso amar alguém por um minuto apenas, e nem por isso, deixei de amar. Penso assim sobre o amor, como algo dinamizado, que abrange desde um simples olhar a um sentimento eterno e intenso.
Mas, quando se tranca o amor, ele deixa de ser amor. Preciso me libertar de tudo isso, que de tão grande, ultrapassa minha forma física, explodindo o meu ser, em uma dor profunda. Ultrapassa meus limites, olho pra mim e vejo o egoísmo e a tristeza de um ser solitário. É preciso que deixe o amor voar, pousar em alguém, e ai, entregá-lo-ei a esse novo ser, sem temer as consequências e as feridas de quando ele já não pertencer a mim.
Amor é solidariedade, é desapego, é liberdade. Quem ama não se prende ao ser amado como quem quer acorrentá-lo. Amar não é possuir. Amor é sentimento de cada um, e ao mesmo tempo, sentimento de todos nós. Amor vai, amor volta, está em constante movimento, esfria, aquece, arde com a paixão. Traz tristeza, alegria, saudade, prazer, sabedoria, e tudo mais que você quiser ter. Amor é a chave para o mundo, mas para abrir portas, é preciso que tiremos as chaves do bolso.
É tão triste não saber amar. É como se não soubesse viver. Será que sei viver? Às vezes me passam essas ideias pela cabeça nessas tardes sossegadas.
Foi então que me veio uma ideia, assim de repente, como tem costume de chegar as grandes ideias, sempre sorrateiras. E aquele pensamento explicava toda a minha vida vazia: eu não sabia amar, entendia afinal minha tristeza contínua. E talvez nunca fosse mesmo saber. Sei que amor parece ser algo natural, mas talvez eu não gostasse mesmo do amor, ou gostasse demais, pois egoísta, tomava - o só pra mim, não o dava a ninguém, mantendo-o trancado em meu ser, secreto.
Amar é um verbo intransitivo, apenas amamos. Não importa quem, como ou por quanto tempo. Posso amar alguém por um minuto apenas, e nem por isso, deixei de amar. Penso assim sobre o amor, como algo dinamizado, que abrange desde um simples olhar a um sentimento eterno e intenso.
Mas, quando se tranca o amor, ele deixa de ser amor. Preciso me libertar de tudo isso, que de tão grande, ultrapassa minha forma física, explodindo o meu ser, em uma dor profunda. Ultrapassa meus limites, olho pra mim e vejo o egoísmo e a tristeza de um ser solitário. É preciso que deixe o amor voar, pousar em alguém, e ai, entregá-lo-ei a esse novo ser, sem temer as consequências e as feridas de quando ele já não pertencer a mim.
Amor é solidariedade, é desapego, é liberdade. Quem ama não se prende ao ser amado como quem quer acorrentá-lo. Amar não é possuir. Amor é sentimento de cada um, e ao mesmo tempo, sentimento de todos nós. Amor vai, amor volta, está em constante movimento, esfria, aquece, arde com a paixão. Traz tristeza, alegria, saudade, prazer, sabedoria, e tudo mais que você quiser ter. Amor é a chave para o mundo, mas para abrir portas, é preciso que tiremos as chaves do bolso.
É tão triste não saber amar. É como se não soubesse viver. Será que sei viver? Às vezes me passam essas ideias pela cabeça nessas tardes sossegadas.
domingo, 28 de março de 2010
E o poeta pensou e transcreveu seus pensamentos, com auxílio das mãos de poeta, para a folha de papel em branco. Depois de alguns instantes, aquela simples folha de papel passara a ter muito valor não só para o poeta, mas como para o mundo que leria seus versos que transmitiam seus mais íntimos pensamentos.
Mas então veio um forte vento invadindo seu quarto de poeta, que teve o poder de destruição tão grande quanto de um furacão, quando furtou do poeta sua poesia, carregou-a contigo sem nem pedir permissão. E junto com o vento foram-se os pensamentos do poeta, seus versos, suas rimas, seus sentimentos, os quais ele entregara à folha de papel. Simples assim, foram-se, para nunca mais voltar.
Maldito vento. Maldita folha de papel. Maldita falta de memória.
Mas então veio um forte vento invadindo seu quarto de poeta, que teve o poder de destruição tão grande quanto de um furacão, quando furtou do poeta sua poesia, carregou-a contigo sem nem pedir permissão. E junto com o vento foram-se os pensamentos do poeta, seus versos, suas rimas, seus sentimentos, os quais ele entregara à folha de papel. Simples assim, foram-se, para nunca mais voltar.
Maldito vento. Maldita folha de papel. Maldita falta de memória.
Memórias Possíveis ( fragmento)
‘’Naquela manhã, como em muitas manhãs já não aconteciam, fiquei a sonhar, absorvia-me em pensamentos vagos, de olhos abertos... Lembrava de você. Sentia uma leve saudade, que me tocava tão suavemente como aquela brisa matinal de março.
Lembrei de tantas coisas, coisas que nem mesmo chegaram a acontecer. Mas nem valia a pena me pôr triste, somente devaneada.
Que paz você me trouxe naquele dia, uma sensação tão simples, mas que pra mim fez-se dar tanto valor! E eu sorri como há muito já não sorria, sorriso de criança, singelo, sincero, os olhos brilhavam, meu coração enfim lembrava-se de como te amava!
Embriaguei-me em banhos de felicidade, que se duraram muito mais do que aqueles poucos minutos... ’’[...]
Lembrei de tantas coisas, coisas que nem mesmo chegaram a acontecer. Mas nem valia a pena me pôr triste, somente devaneada.
Que paz você me trouxe naquele dia, uma sensação tão simples, mas que pra mim fez-se dar tanto valor! E eu sorri como há muito já não sorria, sorriso de criança, singelo, sincero, os olhos brilhavam, meu coração enfim lembrava-se de como te amava!
Embriaguei-me em banhos de felicidade, que se duraram muito mais do que aqueles poucos minutos... ’’[...]
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